quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Você, comprando lixo e gostando!

Ainda no assunto das compras no supermercado, venho discutir algo a complementar o tópico anterior. Lá eu discuti sobre como as coisas vão parar na prateleira, agora gostaria de discutir o que acontece no momento que você as compra e leva pra casa!
Todo esse lixo que vemos por aí também tem sua história! Os sacos plásticos voando ao vento, os pacotes de salgadinho que enroscam em seus pés na rua, o copinho que você agora usa pra tomar um suco e depois estará entupindo o escoamento da água da chuva, causando inundação em sua casa, tudo isso tem sua história. E a história começa na industria, são eles que geram o lixo, no processo de embalagem. A gente só compra ele junto com nosso alimento.
Vamos tomar um exemplo bem ilustrativo: um pacote de bolachas (biscoito para os cariocas).
Você sabia que quanto menor a embalagem, maior será a geração de lixo?
Pois bem. Acompanhe meu raciocínio.
Há alguns anos encontrávamos pacotes grandes, com200g ou mais.
Conforme os anos passam, esse valor dimunuiu, e tende a diminuir mais. Os 200g passaram para 192g, depois para 185g, 175.... até atingirem valores atuais como 150g.

Tudo bem, agora a parte teórica. Vamos supor um pacote cúbico, para facilitar os cálculos.
O volume do cubo é igual a sua área de base vezes a altura (b.h). E sua área total é a soma da área de suas 6 faces. Vamos aproximar o volume da embalagem à sua área. Agora, veja o que acontece quando se dimuniu o volume do pacote (clique no gráfico abaixo):


Isso mesmo, ao diminuirmos a quantidade de produto, o conteúdo (volume) diminui numa taxa maior do que seu correspondente de embalagem (área), ou seja, com essa diminuição constante de massa das mercadorias, compramos - e geramos - cada vez mais lixo e cada vez menos o que realmente queremos comprar.

Quer um exemplo mais radical? Imagine um pacote de arroz (5kg). Agora experimente diminuir a embalagem do arroz, embalando cada grão de 0,02g com 0,01 g de plástico. Assim, comprando 5kg de arroz nessas micro embalagens, a gente compra junto 2,5kg de plástico, ou seja, lixo. Claro que ninguém embala grão por grão de arroz, mas isso ilustra bem os argumentos aqui apresentados, possibilitando uma abstração pro nosso dia a dia.

Então eu digo, essas embalagens cada vez menores, que servem pra engordar o bolso dos industriais, realmente são úteis pra vida moderna, pras pessoas que moram sozinhas. Vale a pena seguir utilizando embalagens não reutilizáveis nesse contexto, em um mundo com mais de 6.000.000.000 de pessoas?

Priorize (nessa ordem) embalagens retornáveis, recicláveis e de fácil degradação.

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