quinta-feira, 24 de junho de 2010

Direito de voto / Dever de voto. Muito cuidado!

É isso aí pessoal, mais uma vez temos o direito de escolher nosso presidente (esse tópico é só sobre o presidente, desconsidere senadores, deputados, etc). As eleições estão chegando... E com ela mais uma tonelada de promessas, ataques e sim, muito, mas muitos "santinhos" nas calçadas e entupindo os bueiros. Nossos queridos políticos, antes mesmo de serem eleitos já contribuem com a sociedade: com enchentes!

Mas tudo bem, não é sobre isso que vou escrever agora também. O que gostaria de fazer nessa eleição, é o mesmo apelo, que fiz há quatro anos, porém verbalmente: pelo amor de nosso país, vote consciente!

Acompanhe comigo, o grande problema desse nosso país é a corrupção política que o aleija. Corrupção esta que se espalha para toda a população. Já ouviu falar no jeitinho brasileiro? Seria mais conveniente chamar de gambiarra brasileira ou, mais tecnicamente "sadismo brasileiro":
"Se o presidente pode roubar dinheiro público, por que eu não posso?"
"Se meu vizinho pode sonegar impostos, então eu também posso!"
E assim por diante.
Não são só crianças que aprendem com exemplo, adultos também. E quem melhor que o líder da nação para dar exemplos de nobreza e virtude?
Agora observe a parte mais interessante. Essa corrupção é sustentada por um direito democrático, tão arduamente conquistado: o direito de votar. Opa, mas o direito de votar é ruim? Absolutamente não! O DEVER de votar é péssimo!
Essa obrigatoriedade de voto, a qual se instala no Brasil, é o que mantem a corrupção lá, no último lugar que deveria existir, em Brasília. Como?

Manual básico do político p(l)adrão: Mantenha o povo alienado, não eduque demais (cidadão educado= cidadão crítico), dê o básico, forneça distrações, e convença a maioria alienada que você é o "cara".

Infelizmente, a maioria de nossos compatriotas se encaixam nesse modelo de alienação. Então quem decide qual será nosso próximo presidente é a maioria de votos, ou seja, os mais alienados...
Alguém aí acha que o voto obrigatório funciona? Será que ninguém vota só por votar, pra não sofrer represálias? Será que algumas pessoas podem ficar irritadas em serem obrigadas a pegar filas enormes só pra votar pra alguém?



No voto por dever (obrigatório): Pessoa na fila, pensativa - "Que porcaria, queria ficar vendo a corrida em casa e tem que vir aqui. Não quero saber de política! Pra quem eu voto? Ah, tanto faz, só quero ir embora logo. Hei vizinho, pra quem você vai votar pra deputado?...- vizinho responde- ... E qual é o número dele? ...-vizinho diz algo-... Pronto, já sei quem vou votar. Agora presidente eu vou votar naquele que está ganhando nas pesquisas, porque assim eu vou ganhar também... Será que dá pra pelo menos pegar as voltas finais da fórmula 1?"

No voto por direito (facultativo): Pessoa na fila, pensativa - "Se esse candidato for eleito, realmente as coisas tendem a melhorar para o Brasil. Analisei sua proposta: é ótima. Seu histórico: limpo. Se ele não for pressionado por seu partido, ele dará um ótimo presidente. Aqui está seu número"

Debate ideológico de candidatos como divulgação de sua campanha? Esqueça, isso não elege ninguém, e foi provado em estudo da PUC (clique aqui).

O que é extremamente importante também: dependendo das opções de candidatura, muitas vezes o voto nulo, como forma de protesto, é o mais consciente! E, por enquanto, infelizmente esse é o caso em 2010.

3 comentários:

Ju disse...

Oi Ricardo!

Gostei muito da sua análise sobre nossa "opção" em votar. Concordo com você quanto ao real efeito que as "diretas já" provocaram nos eleitores que sem preparação nenhuma se viram inseridos na tal democracia, podendo então tomar as rédeas das suas vidas sem antes saber pra onde guiá-las. E com essa brecha os antigos "senhores" perceberam que era só usar as palavras certas pra "doutrinar" o povo utilizando o que temos de mais traiçoeiro: o ego, a vaidade! Aquela doce ilusão de se sentir importante, fazendo a diferença e no entanto não sacar que tá sendo adestrado, direcionado ... E pros poucos que conseguiram enxergar isso há tempo de reagir, agradeço todos os dias, pois neles baseio meu voto nulo consciente (este que já pratiquei em eleições passadas infelizmente ... por não concordar com o que estão me oferecendo nesta vitrine absurda de bizarrices que é nosso quadro político), mas é através dele que deixo o meu protesto silencioso, talvez solitário mas que tranquiliza minha consciência por acreditar na minha verdade. Engrosso o coro da melhor educação, do senso crítico pra que as pessoas entendam que política - quer queiram quer não - é tudo o que você come, o que você vê, o que você lê, enfim o que você vive! E que quando estivermos na fila o pensamento seja: vim e sei porquê!

Beijo

Audrey disse...

-Mantenha o povo alienado, não eduque demais (cidadão educado= cidadão crítico), dê o básico, forneça distrações, e convença a maioria alienada que você é o "cara".-

Infelizmente, é verdade. Até ri quando li esse trecho. O irônico é que não somos tão diferentes de alguns séculos atrás. A mesmice cíclica.

Unknown disse...

Interessante, esses dias estive pensando em fazer um vídeo de divulgação acerca do assunto. Várias pessoas fazem esse tipo de protesto, contudo sempre é válido ressaltar o quão poderoso pode ser o direito de escolha. Existem dois lados da moeda, como sempre, e admito estar mais propensa a este argumento exposto no texto. Entretando, não posso ignorar o outro lado... Qual é a porcentagem "consciente" da população? É preciso pensar nisso antes de levantar a bandeira da liberdade, que não passa de uma ilusão... Pelo menos até então. Como uma pequena parcela da população (a denominada "consciente") pode vencer em número a parcela corrupta (os grandes empresários que financiam as campanhas para obter benefício posteriormente e os demais eleitores vendidos)? Isso pode funcionar num país onde a maior parte da população é consciente, mas talvez na realidade que enfrentamos isso apenas iria "elitizar" as eleições. Eu ainda acredito que o voto deveria ser facultativo, entretanto acho que devemos canalizar nossos esforços em outro ponto: a "conscientização". Se conseguirmos passar adiante o quanto a política é importante e o quanto nossas decisões afetam a nossa vida, não fará tanta diferença se o voto é obrigatório ou não.